ÚLTIMA TERNURA
Você, alquebrada e triste, à hora da chegada,
Chorava amargurada a falta de carinho.
Abri, também tristonho, as portas do meu ninho,
E dei-lhe pão e vinho, amizade e pousada.
Ao beijá-la eu sorri. Sentindo-se enlevada,
No abraço aconchegada, alvas colchas de linho...
Você também sorriu, abrindo de mansinho,
a alma de carinho em plangente balada.
Você trouxe, chegando, em hora de tortura,
Ó doce criatura, a água ao meu deserto,
E rimos juntamente, embora um riso incerto.
Depois você partiu. Nem me lembra, de certo...
Deixou meu o peito aberto em chagas de amargura,
Levando na partida a última ternura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
ARTESÃO DA PALAVRA, CONSTRUTOR DO PENSAMENTO. VIVENDO DA COSTURA DO TEMPO. SEJA BEM VINDO!