MEMORIAL HOMENAGEM DULCINA CRUZ LIMA - PÁGINA 003

 
A PÊNDICE

LEMBRANÇA DA INAUGURAÇÃO DO MEMORIAL DULCINA,,

      Hinos e composições musicais cantados no correr da solenidade, em 21-06-08:
           
1- HINO DA ESCOLA DULCINA LIMA
Letra e música da professora Dulcina Cruz Lima, este hino foi criado para a Escola Felipe dos Santos, de sua regência, então a única no povoado de Rodelas. Data dos primeiros tempos do estabelecimento. Hoje é adotado pela escola que recebe seu nome.

Vamos alegres prazenteiros
Ouvir do mestre a lição
Para que sejamos pioneiros
Neste torneio da instrução.
Reine entre nós o amor fraterno
E nada venha perturbar
Neste convívio sempre terno
Como se fosse o próprio lar.

Demos exemplos fecundo e altaneiro
Indo à escola a fim de aprender
Para que não fique nenhum brasileiro
Sem saber ler nem tão pouco escrever.
Para que um dia esta pátria querida
Que há de ser forte, ser grande e feliz,
Tudo façamos, portanto, na vida,
Pela grandeza do nosso país.

Ouvindo a voz do patriotismo
Cumpramos bem nosso dever
Seja essa a escola do civismo
Da sã moral e do querer
E nossa fama assim se espalhe
Por toda terra do Brasil
E outra gente não iguale
Ao nosso ardor primaveril.

Nossa divisa, portanto na escola
Seja o saber nosso culto moral
E defendendo a letra da escola
Seja o hino o nosso fanal
Para que um dia essa pátria querida
Vendo a infância a vida crescer
Possa levar sua fonte pujante
E nas estrelas seu nome escrever.


2. HINO DE RODELAS
    Letra e música da Professora Dulcina Cruz Lima

Rodelas meu berço amado
Terra dos meus papais
Cada dia sinto mais amar-te
Cada instante querer-te mais

És de todo, és de todo mundo.
Para mim o mais belo torrão,
Rodelas eu ti trago n´alma
E ti tenho no meu coração.

Que Deus ti guie e ti proteja
Ó berço azul do meu amor.
Que seja o teu destino só de glória,
Teu futuro só de paz                             (bis)
E de esplendor.




3 - Quem nasce nesse lindo rincão.
      Autor ignorado.

Quem nasce nesse lindo rincão 
Nordeste brasileiro em geral,
É hospitaleiro de coração
E tem na luta uma bravura sem igual.

Eu sinto orgulho em ouvir a alma
gloriosa a repetir
Eu sou da nobre Bahia de Rui Barbosa.

Mil lendas de guerreiros heróis,
A vovozinha sempre gentil
Cantava com emoção na voz.
E me ensinava
Amar as coisas do Brasil.

Eu sinto orgulho em ouvir a alma
Gloriosa a repetir:
Eu sou da nobre Bahia de Ruy Barbosa.

Um filho deste grande país
Brasil com todos encantos seus,
É generoso é bravo é feliz
E deveria render graças sempre a Deus.

Eu sinto orgulho em ouvir a alma
Gloriosa a repetir:
Eu sou da nobre Bahia de Ruy Barbosa.

Palpita altivo meu coração,
Toda minha alma treme febril,
Lançando a fatal maldição
Aos brasileiros inimigos do Brasil.

Eu sinto orgulho em ouvir a alma
Gloriosa a repetir:
Eu sou da nobre Bahia de Rui Barbosa.




4 -   Quem é do sertão
        Autor ignorado

Quem é do sertão        
Sente a emoção
De ver tanta beleza                 
Ver rios correndo
E fontes nascendo
Em sua grandeza.

O sol é tão claro
No mundo é bem raro
Ver outro mais belo.
A mata orgulhosa
De ser tão vaidosa
Em seu verde e amarelo.

Sabiás tão saudosas,
Arapongas teimosas,
Cantando se vão.
Se há nostalgia,
Há também alegria
Em todo sertão.

Como foi caprichosa
E astuciosa
A mãe natureza
Em fazer o Brasil
Sob um céu de anil
Cantando riquezas.

Nascer no sertão
É  ter no coração
O índio tupi ,
Caboclo audaz
E sempre capaz
Do nosso porvir.

É ter a certeza
De toda grandeza
Da nossa nação.
É ser cavalheiro
e hospitaleiro
E não ter ambição.

O sertão é paisagem,
A linda imagem
Da nossa bandeira.
Tem campos florindo,
Onde nasceu sorrindo
A nação brasileira.

Se o cruzeiro do sul.
Em seu trono azul,
Aqui preferiu,
Nada mais eu desejo
Que ser sertanejo
Desse meu Brasil.



5 – QUANADO ANOITECE
       Autor ignorado

Quando anoitece
a sombra desce
Sem mais tardar.
Os vagalumes
 logo em cardume
Começam a brilhar.

Rasgando o véu
no azul do céu
Surge o luar.
E a juriti,
aqui dali
Começar a piar

Ai como é triste a gente vê
Em plena mata o anoitecer.

Quando anoitece
até parece
Que já o sertão
Vai mergulhando,
vai se afogando
Na escuridão.

Se alguém desata
por entre as matas
Uma canção
É pra aliviar,
desabafar
Meu coração

Ai como é triste a gente vê
Em plena mata anoitecer.


6 – FORMOSA ÉS
      Autor ignorado.

Formosa és, Rainha Imaculada
Flagrante lis, aurora divinal
Se os olhos meus um dia te olvidarem
Ó mãe então recorda-te de mim.

Quero morrer cantando teus louvores
Qual rouxinol que inspira ao pôr do sol
Quando partida a  minha pobre lira
Ti cantará meu triste coração

Formosa és ó filha do teu filho
Fornalha ardente do divino amor
Teu coração que o sol  divino aquece
De eterna vida e fonte perenal

Formosa és ó esposa sempre pura
O próprio Deus ti fez primor sem par.
Tu tens do sol o brilho insuperável
O esplendor dos astros a brilhar.



INAUGURAÇÃO DO MEMORIAL DULCINA LIMA
                   RODELAS – BAHIA  JUN/08
Carinhosa homenagem da poeta Ester Magalhães Ferreira


Mas, vamos à inauguração:
Aconteceu no Colégio Dulcina Lima
Numa tarde poética
Com as cores do entardecer
Iluminando a todos os presentes

Primeiro o reencontro
Com familiares e amigos:
Conhecer ou desconhecer
Tarefa delicada: olhar no olho
Tentando voltar ao passado
E encontrar no presente
Um traço que identifique
O amigo, agora desconhecido
Mais difícil ainda  -  o nome
A ajuda chega através da família:
“ – Sou fulano filho de Beltrano...”

Depois chegam depoimentos
Emocionados e emocionantes
De pessoas que dão o real valor
Ao que está acontecendo

Fez parte do tempo de espera
Uma olhada à “Biblioteca
João Justiniano da Fonseca”

Então chegou a hora da inauguração:
Começa a solenidade
Com a composição da mesa:
João Justiniano da Fonseca
Doutor João Soares
Co-patrocinador do memorial,
O prefeito João Gomes
E alguns familiares da homenageada



Discurso: (o histórico foi para o livro)  do Professor Euclides Soares Novais, Diretor Geral do Colégio Dulcina Lima:
Ilustre senhor João Fonseca , ilustres familiares da professora Dulcina, autoridades, ilustre senhor Prefeito João Gomes, senhoras e senhores.    
  Vai longe o tempo que me distancia da Professora Dulcina ainda viva e atuante nesta terra, e no entanto, viva e operante continua ainda na memória de todos os que conheceram, sobre tudo os que mereceram a graça de ouvi-la e de vê-la no exercício do seu ministério, pois era aí, neste ofício sublime de  ensinar, de dar forma tão diversificada nas crianças e adolescentes, que a Professora Dulcina se agigantava.
      Austera, porém justa;  exigente, mais tolerante; rigorosa, porém serena; incutia  nos seus alunos  valores de respeito e do querer bem.
Aqui mesmo, neste momento e nesta platéia, são quantos os homens e mulheres cujos os primeiros passos foram encorajados, amoldados, pelo o que Dulcina lhes transmitiu? Quantos se sentiram motivados a embarcar e a saírem mundo a fora, a realizar sonhos, naquela moeda rara que a mestra Dulcina inculcou na mente e no coração?
     Criativa e empreendedora, todos os seus ex-alunos lembram e comentam saudosos os festejos do 7 de setembro, quando a juventude  cheia de entusiasmo patriótico, ocupava a janela do sobrado, tendo ao lado a bandeira nacional brasileira hasteada, recitava  poesias e cantava hinos cívicos. Lá embaixo, o alunado  e o povo ouviam silenciosos  e atentos. Era a batuta de Dulcina despertando na juventude sentimentos de amor e respeito pela  pátria. Tomemos como exemplo os seus ensinamentos e dedicação a vida cultural da sua terra, em que o seu trabalho não se resumia somente  à escola.   Tudo em Rodelas tem a marca de Dulcina. 
       Há momentos em que é preciso buscar algumas lições no arquivo do passado para  somando com a dinâmica do presente, construir o futuro. Rodelas vive uma época com uma tendência quase generalizada de se permanecer na superfície das coisas, por medo de mergulhar mais profundamente nas questões e ter de agir, como conseqüência. Não há mais como ficar alheio dos acontecimentos fingindo não  enxergar, por medo, omissão ou acomodação.  Há que sepultar a cultura acomodatícia que tem sugado o sangue da nossa criatividade e quebrado a nossa vontade.
     Aproveito esta homenagem para agradecer a João Fonseca, que como discípulo de Dulcina, levou toda sua vida se preocupando com a cultura e educação  do seu povo. A prova é a doação de mais de 1700 exemplares de livros da sua biblioteca particular  a esta Escola,  que  funciona desde 1966, fundado no governo Manoel Moura  e na gestão de Francisco de Sales Maniçoba de Moura  convertida em Colégio, através da portaria 129 de 10/04/1987. 
   Ilustre João Fonseca, 2º prefeito deste município, escritor e poeta desta terra, você é o autor intelectual e afetivo desta festa que tanto honra, enaltece e dignifica a memória da nossa Dulcina, sua amiga e mestra .
   Perpetuar a imagem de Dulcina em sua terra na memória do seu povo, é gesto que se agasalha e suavemente adormece ao calor da gratidão.
     E quem sabe  senhores e senhoras, que sabe meu caro poeta, se as forças do nosso anseio, a sinceridade da nossa gratidão, a pureza da nossa  saudade não se conjugue  e Dulcina venha a este memorial dizer obrigada querido povo da minha terra, obrigada João Fonseca, meu dileto aluno e amigo querido.
     Quero expressar aqui o meu agradecimento e a minha gratidão àqueles que, de um modo ou de outro, deram a sua valiosa contribuição para a realização desta festa:
. Aos professores, funcionários e alunos deste Colégio, alunos e ex-alunos da banda do Colégio e integrantes das filarmônica  do município, pela presteza de atender sempre às nossas solicitações;
Ao Conselho da igreja São João Batista, e em particular ao Pe. João Batista e a Dom Guido, pela doação do sino da igreja da velha cidade, que hoje faz parte do memorial Dulcina Lima;
. Merece registro ainda a solicitude de Amarildo Nery e Edivane Fonseca, voluntários da escola, pela cooperação sempre presente;
.  Não posso deixar de manifestar o meu agradecimento a Vera, Luordinha de Leocádio, Ana Fonseca, Idalina, Antonia Mirtes, Wanderlea Oliveira, Joana Lima, Gilson Benzota,  e Paulo Gilberto, pelo o apoio voltado para organização do evento.
      A João Justiniano da Fonseca e João Soares Almeida, de forma especial, pela construção do Memorial Dulcina Lima.
 Enfim, obrigado a todos presentes.