Belém, 02-08-1962
Mamãe, não pude mais sorrir o riso franco,
Ouvido por você em longas gargalhadas.
Não mais saí à rua às frias madrugadas,
Nem uso no domingo o antigo terno branco.
Dês que você partiu, adeus, meu riso franco!
De dia, a roupa negra e as horas recontadas,
Minuto por minuto - as horas mal passadas...
A noite quando chega, em minha dor me tranco.
Imaginar você, idílio dos idílios,
Morta e sepulta quando idealizava, e tanto,
- Viver na comunhão dos filhos de seus filhos.
Se você visse, mãe, a dor dos meus sentidos,
Comigo choraria o mesmo triste pranto,
Por mim chorado agora, em dias mal sofridos.
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ARTESÃO DA PALAVRA, CONSTRUTOR DO PENSAMENTO. VIVENDO DA COSTURA DO TEMPO. SEJA BEM VINDO!