domingo, 27 de novembro de 2011

MULATA - JJ DA FONSECA

MULATA
 
Quero a mulata, imperatriz do solo,
Tataraneta da africana escrava.
E tenho orgulho dessa amante ignava,
O crioulo ao seio, o português ao colo.
 
Teve um senhor ao mesmo tempo escravo
E amamentou irmãos de pai. Na escola,
Mestra dos contos do país d´Angola,
É a mãe de fato, deste povo bravo.
 
Que brasileiro nega o sangue d´África?
Sentado nas poltronas de uma sala,
Quem não confessa a origem da senzala?
 
Bendito o sangue que nos deu o tráfico
E confundindo o português e o áfrico,
Criou a mulata para meu regalo!

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ARTESÃO DA PALAVRA, CONSTRUTOR DO PENSAMENTO. VIVENDO DA COSTURA DO TEMPO. SEJA BEM VINDO!